Este ensaio filosófico-narrativo propõe uma releitura crítica e comprometida do pensamento de Erich Fromm, centrada em sua proposta de Humanismo Radical como ética do ser diante das múltiplas crises civilizacionais do século XXI. A partir da minha experiência atual como professor universitário de filosofia, abordo uma preocupação compartilhada por muitos estudantes: a desorientação ética e existencial das novas gerações. Nesse contexto, recupero a figura de Fromm, não como um autor do passado, mas como um pensador atual que articula espiritualidade e análise social, crítica cultural e esperança ativa. Exploro suas raízes judaicas e sua conexão com a ética profética; sua ruptura com a psicanálise ortodoxa e sua proposta de uma sociopsicologia humanista; sua crítica ao caráter social moldado pelo capitalismo, ao esvaziamento do sujeito moderno e ao "homem sem rosto" gerado pela sociedade mercantilista; seu chamado para reorientar a existência do ter para o ser. e sua abertura a uma espiritualidade não dogmática, em diálogo com o Zen Budismo. Também desenvolvo seu conceito de esperança ativa como atitude ética transformadora e sua defesa de uma ética do cuidado, da biofilia e da compaixão lúcida. De uma perspectiva pessoal e reflexiva, proponho a validade de uma ética do ser como caminho para redefinir a liberdade, o amor, a educação, a espiritualidade e a esperança. Esta leitura de Fromm não busca encerrar seu pensamento, mas sim revitalizá-lo como um farol ético e pedagógico para aqueles que anseiam por viver humanamente em um mundo que ameaça nos desumanizar.
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Referências
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