Copyright (c) 2024 Revista Científica Orbis Cógnita
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os púlpitos tiveram um lugar predominante durante todo o período do vice-reinado (séculos XVI e XVII), como local de onde o sacerdote explicava em voz alta o evangelho (homilia). Em geral, apresentavam elaborada ornamentação iconográfica que correspondia, não só ao repertório iconográfico importado pela coroa espanhola, mas também a claras alusões a elementos botânicos do contexto local. Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar os elementos iconográfico-botânicos presentes em três púlpitos de igrejas panamenhas: (púlpito da Igreja de Santo Domingo de Guzmán-Parita, Catedral de San Juan Bautista, Penonomé e a igreja de São Francisco de Asís, Veraguas), pertencentes ao barroco indígena, e que apresentam extensa ornamentação de elementos vegetais típicos da região. A metodologia desta análise baseia-se no paradigma hermenêutico interpretativo em que cada elemento vegetal é lido, inferido ou interpretado seguindo três níveis de significância (nível pré-iconográfico (significado primário ou natural da obra), nível iconográfico (significado secundário ou natural) da obra) e nível iconológico (significado intrínseco ou conteúdo). Na análise de cada púlpito, foram identificadas as espécies vegetais que compunham a ornamentação, em sua maioria espécies nativas da América, com exceção de Punica granatum (; romã-Lythraceae), espécie própria do Mediterrâneo. Nos três púlpitos estudados, foi evidente a presença de elementos de carácter indígena, inspirados na natureza, que conferem ao barroco local um selo de identidade que os distingue como. parte do barroco indígena panamenho.