
Copyright (c) 2025 Revista Científica Orbis Cógnita
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Este estudo teve como objetivo realizar uma análise crítica da representação da população afrodescendente na fotografia publicitária estática no Panamá, explorando tanto os seus padrões visuais quanto as suas implicações socioculturais. Adotou-se uma abordagem metodológica qualitativa, utilizando-se grupos focais como principal técnica de coleta de dados. Essa estratégia permitiu compreender de forma profunda e contextual como diferentes setores da sociedade panamenha percebem e interpretam os anúncios publicitários que apresentam pessoas afrodescendentes. Os grupos foram formados por meio de amostragem intencional, garantindo diversidade sociocultural entre os participantes. Peças publicitárias selecionadas serviram como estímulos visuais para discussões coletivas sobre sentidos compartilhados, tensões discursivas e experiências vividas relacionadas à representação étnico-racial nos meios visuais. Os resultados revelam uma representação predominantemente estereotipada e funcionalista da população afrodescendente, frequentemente associada ao trabalho físico e a papéis subordinados. Identificou-se uma inclusão simbolicamente forçada, com pouca autenticidade cultural, baixa identificação comunitária e a persistência de imaginários visuais racializados. Esses padrões afetam tanto a autoimagem quanto a imaginação social dos afrodescendentes, restringindo sua visibilidade em posições de liderança ou sucesso. A dinâmica coletiva dos grupos focais possibilitou uma compreensão mais aprofundada das ressonâncias simbólicas e afetivas dessas representações. Como resultado, o estudo propõe diretrizes para uma comunicação visual mais ética, inclusiva e culturalmente sensível, voltada para a transformação dos marcos simbólicos que regem a publicidade no Panamá.